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The Walking Dead

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Uou. Se minhas séries continuarem fraquinhas, já tenho uma nova substituta a favorita: The Walking Dead. Já tem algum tempo que leio notícias sobre a produção, adaptada de HQs que eu (como fã de histórias de zumbi) vergonhosamente (ainda) não li. Até cheguei a comentar aqui sobre a bola dentro da FOX, que lançou o primeiro episódio no Brasil apenas dois dias após o lançamento na gringolândia (mas ao que parece, depois o canal deu uma bola fora picotando o episódio que foi ao ar ontem). Enfim, eu estava curiosa mas não tão curiosa que não conseguisse esperar vazar um episódio com mais qualidade, hehe. E valeu a pena.

O cuidado com a série chama a atenção logo de cara – parece filme, e filme bem feito. The Walking Dead vai contra muito do que é feito com zumbis hoje em dia. Não tenta “modernizar” o conceito, inovando ou apresentando alguma teoria de como eles chegaram. Lembra muito Romero nos melhores tempos. A série também não usa o gore como desculpa para ser tosca, e disso falo sobre o cuidado que tiveram, rendendo imagens que ficam entre as melhores que já vi quando se fala em horror, não só em histórias de zumbis.

O ponto de vista da história fica quase todo por conta do policial Rick Grimes, que após levar um tiro é internado em um hospital e (não se sabe depois de quanto tempo) acorda quando sua cidade já foi quase completamente abandonada pelos vivos, mostrando agora o que parece ser restos de uma batalha. Armamento do exército abandonado pelas ruas, diversos corpos enfileirados em pátio de hospital. E se esse cenário já não fosse suficiente para enlouquecer alguém, ele ainda se dá conta de que agora também há zumbis pelas redondezas.

Como acompanhamos o começo da história sob o ponto de vista de Grimes, os primeiros minutos do episódio são agoniantes. A todo momento você pensa no que aconteceria se estivesse no lugar dele, em como reagiria se um dia acordasse com seu mundo virado do avesso. Ele segue pelo caminho que eu não iria, resiste e decide procurar a família que supostamente está em Atlanta, onde as últimas transmissões de rádio diziam que havia um grande abrigo.

Nesse meio tempo o foco começa a mudar aos poucos para outras personagens. Grimes conhece Morgan Jones, e a história se ramifica mostrando as consequências dessa guerra zumbi para ele e seu filho. Também vemos um grupo de sobreviventes e como estão lidando com a vida. E aí vem o momento da chegada de Grimes à cidade, que é simplesmente impressionante. O vazio e o abandono somados à quantidade absurda de zumbis cria um efeito de puro horror, do mais claustrofóbico possível. Aquele tipo de “Ih, agora ele se ferrou” em que você realmente acredita, por mais que saiba que ele é o protagonista e bem, ainda vai longe.

O que mais gostei do que vi nesse primeiro episódio de The Walking Dead foi como conseguiram afastar o terrir do gênero, mas sem fazer disso uma história chata. É tensão do começo ao fim, nos 60 minutos do piloto (daquele tipo que você nem sente o tempo passar). Imagens fortes que fazem jus ao gênero. Espero que dure muitas temporadas com essa mesma qualidade.


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