Aquela coisa, quando o assunto é horror eu não preciso de muitos argumentos para pelo menos dar uma conferida. Mas American Horror Story tinha algo que eu gosto muito nesse gênero, história de casa mal assombrada. Então fiquei acompanhando uma notícia aqui, outra acolá, vejo um trailerzinho aqui e vou me animando, até que o primeiro episódio finalmente foi ao ar e pude conferir. E sim, gostei do que vi. Dá para desenvolver mais, mas do Piloto dá para dizer que a série tem bastante potencial.
O foco aqui é a casa para onde uma família muda, tentando deixar o passado para trás. Saindo de Boston para Los Angeles, a família Harmon já tem na bagagem um filho morto e um caso de traição que envolveu a mulher vendo o marido com a amante na própria casa. E quando eles pensam que vão encontrar a paz que precisam para reconstruir as próprias vidas, descobrem que na verdade chegaram em uma casa que tem sua própria bagagem.A vendedora já avisa antes de eles fecharem o contrato: os rapazes que moravam ali morreram na casa, num daqueles casos de assassinato seguido de suicídio. Essa é a primeira história que eles ficam sabendo, mas quem está assistindo a série já sabe que o local tem muito mais escondido, incluindo um porão cheio de jarros com pedaços de bebês (revelados por gêmeos que invadem a casa nos anos 70, cena de abertura da série). A partir disso você desconfia de tudo que vê, até mesmo da vizinha egocêntrica que sempre surge do nada e parece ter uma facilidade incrível para entrar na casa.
Os comentários que ouvi até o momento é que a série não tem história para se sustentar por muito tempo. Eu discordo, até porque ela não foca só nas assombrações da casa (que são muitas), mas também nos conflitos da família Harmon. Se forem pegar a idade do local (se eu não me engano em certa altura dizem que foi construída em 1920), dá para saber que tem muita coisa ali para revelar, não só o mistério do que acontecia no porão, ou de quem é o homem vestindo aquela roupa preta de sadomaso, por exemplo.
Quanto ao horror, eu assisti a história pela manhã, mas tenho certeza que se tivesse visto à noite teria alguns bons sustos. A cena de abertura com os gêmeos foi muito bem feita, e os créditos me surpreenderam: eu que costumo desligar quando acaba, levei um baita susto quando apareceram algumas imagens depois do fim. Alguns elementos da série não devem nada para as boas histórias de casas mal assombradas, no melhor estilo Amityville (aliás, tem muita coisa ali que lembrei desse filme, inclusive o pai meio sonâmbulo pela casa).
Eu ainda acho que tem tudo para dar certo, se for para se manter nesse mesmo ritmo do primeiro episódio, intercalando bem as doses de horror (como a cena da menina no porão) com o drama familiar (a discussão do casal sobre o que aconteceu após a perda do bebê). É o equilíbrio perfeito entre o desenvolvimento das personagens e da tensão – prova disso é a cena de Vivien com o homem vestido de preto. Em resumo, como se eu já não tivesse um monte de coisa para ver, lá vou eu adotar mais uma série.